Cerca de 200 moradores de Nova Lima, na Grande BH, são obrigados a sair de suas casas por precaução com barragem da Vale
Cerca de 200 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas por precaução com a Barragem B3/B4, da Mar Azul, da Vale, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com a Defesa Civil, auditores que fazem a leitura da barragem atestaram para instabilidade. Ela tem aproximadamente 3 milhões de m³ de rejeito. A estrutura é a montante, mesmo modelo das de Brumadinho e de Mariana.
Segundo os bombeiros, o plano de emergência prevê retirada de moradores de 49 casas. Elas ficam no distrito de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos, a 25 quilômetros de Belo Horizonte. Atualmente, a barragem está no nível 2, que determina a saída das pessoas. A sirene soou por volta das 20h20, de acordo com os moradores.
Em nota, a mineradora informou que “a decisão é uma medida preventiva e se dá após a revisão dos dados dos relatórios de análise de empresas especializadas contratadas para assessorar a Vale. Cabe ressaltar que a estrutura está inativa e essa iniciativa tem caráter preventivo”. As pessoas serão acomodadas em hotéis da região.
Treinamento
Moradores do distrito de Nova Lima disseram que não receberam treinamento em situações de risco.
“A última vez que a Vale veio aqui foi em outubro para apresentar um plano de emergência que eles tinham implementado em Brumadinho”, disse Tatiana Santana que vive em Macacos há cinco anos. Segundo ela, que é mãe de um bebê de nove meses, as pessoas estão desesperadas. “Estamos desorientados aqui. Todo mundo querendo sair da cidade. Soubemos agora que a Vale tinha colocado sirene. Teve gente achando que era trote”, falou ela.
As barragens estão entre as dez que a Vale prometeu desativar. A mineradora ainda não se manifestou sobre o caso. Elas têm a mesma classificação da barragem que se rompeu em Brumadinho: baixo risco de ocorrência de acidente, mas alto risco de dano potencial.
Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil e Polícia Militar foram acionados. Segundo moradores, as pessoas estão sendo levadas de ônibus e táxis para um centro comunitário.
No dia 8 de fevereiro, moradores de Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, e de Itatiaiuçu, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, tiveram de sair de suas casas por causa de risco de rompimento de barragens.
JAIR SAMPAIO