Comandante oferece a Moro ajuda de inteligência do Exército na segurança pública
BRASÍLIA — O comandante do Exército, general Villas Bôas , apresentou ao futuro ministro da Justiça do governo Bolsonaro,Sergio Moro , as “capacidades” da Força para contribuir na segurança pública. A conversa, realizada nesta terça-feira em Brasília, girou em torno de temas como o sistema de inteligência, o monitoramento de fronteiras e estudos sobre as polícias militares.
No encontro, em que Moro mais ouviu do que falou, Villas Bôas detalhou os instrumentos com os quais o futuro ministro poderá contar no combate ao crime organizado. O ex-juiz foi informado, por exemplo, da existência de um órgão do Exército criado para coordenar ações de controle das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros, chamado de Inspetoria Geral das PMs.
Essa inspetoria, que ficou esvaziada nos últimos anos, faz estudos e análises a respeito das corporações militares pelo país afora. Um dos dados levantados pelo órgão é a falta de concurso para policiais militares há 14 anos no Rio Grande do Norte, que vive uma crise na segurança pública. A inspetoria foi apresentada a Moro como uma fonte para ações estratégicas de amparo às instituições, que são administradas pelos estados.
O setor de inteligência foi outro ativo do Exército destacado na conversa com Moro. Já o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que une a tecnologia
com o emprego de pessoal, precisa de investimentos consistentes para deslanchar. O projeto piloto atualmente em operação, em Mato Grosso do Sul, cobre cerca de 4% da fronteira brasileira que se estende por aproximadamente 17 mil quilômetros.
O general da reserva Santos Cruz, que iria assumir o cargo de secretário nacional de Segurança Pública na equipe de Moro, seria uma espécie de interlocutor natural da pasta com as Forças Armadas. Mas ele foi deslocado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para assumir a Secretaria de Governo.
Santos Cruz integrou a área de Segurança Pública do governo Temer sendo apontado como uma peça importante no suporte à intervenção federal no Rio de Janeiro. Ele tem experiência internacional reconhecida no comando de missões de paz no Haiti e no Congo, o que aumentou seu prestígio dentro e fora das Forças Armadas.
O GLOBO
Postado em 2 de dezembro de 2018 - 21:42h