Força Nacional chega ao Ceará para auxiliar no combate a ataque de facções

Força Nacional chega ao Ceará para auxiliar no combate a ataque de facções
Mais de cento e cinquenta agentes da Força Nacional desembarcaram na base da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) na madrugada deste sábado (5). Os agentes começarão a atuar na cidade na manhã de hoje.
Uma equipe da Força Nacional já havia chegado a Fortaleza na noite desta sexta-feira (4) para apoiar as forças de segurança estaduais no combate aos ataques coordenados por facções criminosas no Ceará. Por volta das 20h30, a primeira aeronave, Hércules, chegou trazendo aproximadamente 50 homens.
Setenta e oito integrantes da Força Nacional que estavam no Rio Grande do Norte e 30 em Sergipe se dirigiram por terra para a capital cearense às 15h de sexta-feira, de acordo com o secretário Nacional de Segurança, general Theophilo, radicado no Ceará. Por volta das 20h, os carros começaram a chegar ao Centro de Formação Olímpica do Estado (CFO). Outros cerca de 200 agentes, vindos de avião, desembarcaram na Capital cearense entre esta sexta e sábado.
O governo da Bahia anunciou na sexta que enviará 100 policiais militares de batalhões especializados para apoiar as polícias cearenses durante o período de crise. O governo cearense espera, ainda, por reforços das Forças Armadas Brasileiras (FAB), da Força de Intervenção Penitenciária (FIP) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ao todo, são aguardados para os próximos dias cerca de 2 mil agentes de segurança suplementares auxiliando as tropas locais.
Desde o início dos ataques, cerca de 20 ônibus foram incendiados, tiros foram disparados contra prédios e bancos, e artefatos caseiros incendiários foram arremessados contra delegacias. Uma bomba foi colocada na coluna de um viaduto na BR-020, em Caucaia. O equipamento correu risco de desabar e teve obras de reparação emergenciais concluídas na noite de sexta. Segundo o secretário da Segurança do Ceará, André Costa, cerca de 50 suspeitos foram detidos desde quarta-feira (2), entre adultos e adolescentes. Um casal de idosos e um motorista ficaram feridos até o momento.
O envio das tropas federais foi autorizado pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, na manhã de sexta-feira, após solicitação do governador do Ceará, Camilo Santana.
Motivo dos ataques
A Secretaria de Segurança do Ceará não informou a motivação dos crimes. O presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Ceará, Cláudio Justa, acredita que os atentados são represália à fala do novo secretário de Administração Penitenciária (SAP), Luís Mauro Albuquerque, que foi nomeado para o cargo neste ano.
O novo secretário afirmou que “o Estado não deve reconhecer facção” em presídio e fará fiscalização rigorosa para evitar a entrada de celular nas unidades prisionais. Luís Mauro Albuquerque ainda se posicionou contra a separação de detentos por facção criminosa nas unidades prisionais do Estado.
No ataque ao prédio da Caixa da Pajuçara, na madrugada desta sexta, um grupo invadiu a agência com um carro, quebrou as vidraças e em seguida incendiou o local. Os suspeitos estavam acompanhados de um grupo que deu apoio à fuga, de acordo com a Polícia Rodoviária Estadual (PRE).
Atualmente, os membros de facção presos no Ceará são organizados nas unidades prisionais conforme o grupo criminoso a que pertencem. O secretário afirmou que pretende acabar com essa divisão.
G1/CE
Postado em 5 de janeiro de 2019 - 9:26h