Médica do trabalho é primeira vítima identificada da tragédia de Minas Gerais
A médica do trabalho Marcelle Porto Cangussu, é a primeira vítima fatal confirmada da tragédia do rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho, no estado de Minas Gerais. A informação foi confirmada por telefone pela própria irmã, Juliane Porto, que estava chorando no momento da ligação. Muito abalada, ela não quis dar entrevista.
Marcelle se formou pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e trabalhava desde 2015 na Vale. Na noite anterior, ela havia comemorado o aniversário de 35 anos com amigos na cidade de Nova Lima. O número de corpos encontrados é 9, mas a quantidade de mortos pela tragédia vai aumentar.
Em entrevista ao jornal O Globo, a mãe da vítima, Mirelle Porto, relatou que mesmo com as comemorações do aniversário no dia anterior, Marcelle estava no trabalho já às 7h30 e pensava em continuar os festejos na noite da sexta.
A médica morava em Belo Horizonte e dirigia 25 quilômetros todos os dias para conseguir chegar na Vale. Segundo Larissa Porto, irmã de Marcelle, a família tinha como a maior preocupação a segurança dela na estrada, nunca com o fato da vítima trabalhar na empresa. A possibilidade do rompimento da barragem nunca foi uma questão.
Em sua página do Facebook, Larissa compartilhou uma mensagem em homenagem à irmã. “Nosso ‘passarinzim’ voou (…) O carinho que todos me conforta na distância mas o coração chora. Não vestirei luto. Para ela minha homenagem é vestir branco”, declarou.
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou na manhã deste sábado (26) que um ônibus com funcionários da Vale foi encontrado na barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho. A corporação não quis confirmar o número de pessoas que havia no veículo, que estava soterrado, mas disse que todos os passageiros estavam sem vida.
De acordo com o levantamento dos bombeiros, cerca de 350 pessoas estão desaparecidas após a tragédia de sexta-feira no Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O detalhamento da estimativa aponta que entre 100 e 150 pessoas estavam na área administrativa que ficava nas proximidades da barragem, de 100 a 140 na região do Parque das Cachoeiras, outras 30 na região da via vértico e outras 35 na pousada nova instância.
Na manhã deste sábado, os trabalhos de buscas as vítimas foram retomados. Aproximadamente 100 militares estão trabalhando na operação, com cerca de 85 empenhados na zona quente e o restante nos trabalhos de inteligência.
Há três anos, a Vale se viu em outro escândalo com barragens, desta vez da Samarco, em Mariana (MG) – a BHP e a Vale possuem cada uma 50% de participação na Samarco.
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