Os 52 mil bonés que foram queimados ontem em uma cerâmica de São Gonçalo do Amarante-RN (apreendidos em uma operação policial no ano de 2015, que visava o combate à pirataria) foram fabricados em Caicó e Serra Negra do Norte. Em face a esta operação muitos pais de família ficaram desempregados e as empresas foram responsabilizadas no âmbito judicial. Tudo isso devido à falta de políticas públicas que estimule a venda dos bonés fabricados nessa região. Ao longo de 10 anos as empresas que fabricam bonés em Caicó foram atrofiando comercialmente e muitas fecharam as portas, para algumas, das poucas que ainda resistem, a saída foi fabricar modelos de grifes famosas para não fechar. Entra governo e sai governo e a situação tende a piorar, cada vez mais. O maior pólo fabricante de bonés do país, o Seridó, não tem apoio sustentável do poder público para se fortalecer e gerar mais emprego e renda para toda a região. “Se os políticos não olharem por nós, milhares de pessoas que ainda estão dentro das bonelarias vão aos poucos ter que saír, porque o lucro está diminuindo dia-a-dia. Vamos entrar em colapso”, disse um fabricante que prefere não se identificar.

JAIR SAMPAIO