ONG retira 16 pacotes misteriosos da Praia de Búzios, no litoral sul

A Organização Não Governamental (ONG) Oceânica retirou 16 pacotes misteriosos da Praia de Búzios em Nísia Floresta, no litoral sul do Rio Grande do Norte. Esses blocos de origem desconhecida começaram a aparecer nas praias do Nordeste a partir de outubro de 2018. No sábado (8), um desses pacotes causou a morte de duas pessoas após acidente na Praia de Santa Rita, em Extremoz.

Em comemoração ao Dia Mundial dos Oceanos, celebrado em 8 de junho, a ONG Oceânica promoveu um mutirão com equipes do Projeto Ponta de Pira e Mar Limpo para limpar praias potiguares. Ao todo, incluindo os 16 pacotes misteriosos, que pesam aproximadamente 100 quilos cada, cerca de 1,5 tonelada de lixo foi retirado da Praia de Búzios pelos voluntários.

Leia também:
Morre 2ª vítima de acidente com “fardo” na Praia de Santa Rita
Mulher morta em acidente com bloco faria 42 anos nesta segunda
Bloco misterioso que chega pelo mar causa morte de mulher no RN
Pacotes misteriosos também aparecem no litoral do RN
Exame esclarece de que são feitas caixas surgidas no litoral alagoano

Há registros do surgimento desses pacotes em pelo menos oito dos nove estados do Nordeste (Rio Grande do Norte, Alagoas, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Ceará, Sergipe e Paraíba), porém ainda não se tem certeza sobre a origem do objeto. De acordo com o Instituto do Meio Ambiente (IMA), as caixas são feitas de polímero, um material sintético feito a partir de derivados do petróleo.

O projeto solicitou apoio da gestão municipal de Nísia Floresta, responsável pela praia, para retirada de todos os fardos. O OP9 tentou estabelecer contato com a prefeitura mas não conseguiu resposta até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto. Procurado, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), ressaltou que a área litorânea não é da alçada do órgão.

A Oceânica já encontrou e registrou pelo menos 30 fardos como esses nas praias de Pirangi do Sul até Malembá. Em São Miguel do Gostoso, Maxaranguape, Natal, Nísia Floresta, Tibau do Sul e Baía Formosa também houve registros desses pacotes mas, de acordo com a ONG, nenhuma providência foi tomada pelo poder público para para o descarte adequado desse material grande e pesado.

“As instituições públicas de defesa do meio ambiente nas esferas municipal, estadual e federal precisam realizar esforços para fiscalizar, recolher e destinar corretamente esses materiais que chegam ao território brasileiro através do mar. A população precisa trabalhar em conjunto com as instâncias públicas para solucionar esse tipo de problema ambiental que chega às praias pelo mar mas cabe a gestão pública decidir como enfrentar o problema, já que os fardos continuam chegando, são potencial risco de contaminação e agora de segurança pública”, disse a Oceânica em pronunciamento pelas redes sociais.

OP9/RN

Voluntários participaram de ação educativa no Dia Mundial dos Oceanos. Foto: ONG Oceânica/Reprodução

Postado em 14 de junho de 2019 - 16:21h